quinta-feira, outubro 26, 2006

OpEn yOuR MiNd

Sempre tive uma grande curiosidade por religiões (e pelo que levava as pessoas a segui-las) mas nunca fui religiosa. Os meus pais são católicos praticantes; eu fui baptizada e cheguei a fazer a primeira comunhão (Obrigada! Mas fui!) no entanto tenho uma embirração muito especial com a religião católica (provavelmente porque é aquela com a qual tenho mais contacto). Acho que a igreja católica é uma igreja pré-fabricada e com leis sem pés nem cabeça que cometeu inúmeros crimes contra a vida e o livre arbítrio. Espera! E continua a cometer!

Relacionado:
http://www.rosaleonor.blogspot.com/

Mas mesmo assim sou uma pessoa espiritual, acredito em Deus sim mas não num Pai de uma criança mal-educada, nem num tirano mirone, acredito que Deus está em todas as coisas e é todas as coisas, a energia da vida, actua em todos os fenómenos do planeta, manifesta-se sob diversas formas, mas não dá prémios, não toma partidos, nem julga ninguém. Sou uma pessoa que quer sempre mais, neste caso saber mais por isso estudei, pesquisei, procurei e recentemente encontrei algo com que me identifico muito, a Bruxaria. Não, não é satanismo nem voar numa vassoura e muito menos fazer poções com ingredientes pestilentos, essas são ideias completamente erradas mas com um pouco de interesse pode-se chegar à verdade. A bruxaria tem varias vertentes, uma delas é a Wicca.

A Wicca é uma religião da terra. A palavra religião pode ser entendida à letra, no seu sentido etimológico de re-ligação (do latim re-ligio), porque os seus praticantes, os wiccans, procuram recuperar a ligação entre o homem e o divino. A Wicca é também uma filosofia positiva de vida, que se baseia no respeito pela natureza e na reverência perante a vida em todas as suas formas. Os wiccans pretendem viver em harmonia com a natureza e os seus rituais procuram precisamente sintonizar o indivíduo com o universo. Ao contrário das outras religiões não há restrições, nem regras, nem pecados, nem dogmas, nem verdades absolutas. Há apenas um princípio básico pelo qual todos os praticantes se devem reger “And you harm none, do what you will”. Todos são livres de interpretar a religião como muito bem entenderem desde que o tenham sempre em conta.

Para saber mais:
http://www.bruxaria.net


“A minha liberdade termina onde começa a dos outros.” Sartre

domingo, outubro 22, 2006

Berkeley - E se tudo o que tomas por certo não passar de um sonho?

Berkeley foi um bispo irlandês que viveu entre 1685 e 1783 e que construiu teorias muito, muito interessantes. Ele achava que as coisas no mundo são exactamente como nós as sentimos mas não são “coisas”. Para outros filósofos do iluminismo (Locke, Descartes, Espinosa) o mundo físico era uma realidade mas para Berkeley isso não é assim tão claro; ele recorre ao empirismo para pôr esta ideia em dúvida. Ele afirma que a única coisa que existe é o que nós sentimos. Mas não sentimos “matéria” ou “substância”. Não sentimos as coisas como “coisas” palpáveis. Quando pressupomos que aquilo que sentimos tem uma “substância” subjacente, estamos a tirar conclusões precipitadas, não temos nenhuma prova empírica para essa afirmação. Quando, por exemplo, batemos com força com o punho numa mesa temos uma clara percepção de uma coisa dura mas não sentimos a verdadeira matéria da mesa. Da mesma forma, podemos sonhar que batemos em algo duro, mas no nosso sonho não há nada duro. Além disso uma pessoa pode ser persuadida de que “sente” todas as coisas. Uma pessoa pode ser hipnotizada e sentir calor e frio, carícias suaves e socos duros. O que nos faz sentir as coisas (duras, frias, moles, quentes, etc.) é a vontade ou espírito. Ele também achava que todas as nossas ideias têm uma causa exterior a nossa consciência, mas que esta causa não é de natureza material, mas sim, espiritual. Segundo Berkeley, a nossa alma pode ser a causa dos nossos pensamentos – como quando sonhamos –, mas só uma outra vontade ou espírito pode ser causa das ideias que constituem o nosso mundo material. Tudo vem do espírito, “que realiza tudo em tudo e através do qual tudo subsiste”, afirma ele. A questão e também o que nós somos. Somos realmente pessoas de carne e osso? O nosso mundo é constituído por coisas reais – ou estamos apenas rodeados pela consciência? Berkeley não põe apenas a realidade material em dúvida. Ele duvida também de que o tempo e o espaço tenham uma existência absoluta ou autónoma. Mesmo a experiência do tempo e do espaço pode residir apenas na nossa consciência.

sábado, outubro 21, 2006

A Quinta Alegoria

”Ridendo castigat mores”

Vim por este meio falar-te dos animais que são mais parecidos com os Homens em certas situações. De certo que te vais identificar com alguma das situações/animais a que vou fazer referência. Os animais têm muitas parecenças com os Homens e o que eu pretendo fazer é enunciá-las, principalmente as más, e salientá-las.
O sermão não vai estar dividido porque eu misturei tudo. Ao mesmo tempo que falo de cada animal em particular vou exemplificando.
Aqui não há escrituras para ninguém porque para começar não sou católica e para terminar não encontrei nada na Bíblia. Mas tens a minha palavra em como te vais identificar com alguma coisa desta espécie de sermão.
Vou começar por falar de um animal muito popular: as vacas! As vacas (algumas) têm manchas (o seu casaco de pele natural), cornos, mamas, são herbívoras e geralmente o boi tem várias vacas. Ora, algumas “Tias de Cascais” com aqueles casacos de peles pirosos, vestidas a adolescentes de 15 anos (apesar de já terem o quadruplo dessa idade), com as mamas descaídas, que só comem frutinha e vegetais (ou para não engordar ou porque é moda ser vegetariana) e que têm uma cambada de cornos porque os maridos andam metidos com meninas com 1/3 da idade delas, o que é que elas te parecem? Tenho ou não tenho razão? “O hábito faz o monge.”
Os porcos, são rosados, gordos, “porcos” e só sabem é roncar, agora vamos concentrar-nos nos homens casados... Pois é, as semelhanças saltam à vista! Também eles são “porcos”, gordos e só sabem é roncar, agora adicionem-lhe o rosado e chegas à conclusão que estás casada com um suíno! Mas atenção, vai com calma porque “os homens não se medem aos palmos”.
Agora saltando para as galinhas. Vamos pensar nas características das galinhas, aqueles estranhos seres que têm asas mas não voam... saltam: são gordas, feias, barulhentas, sempre em grupo e que são capazes de passar por cima umas das outras só para ir buscar comida... Quem é que te lembra? A mim lembra-me as minhas vizinhas: velhas, gordas, feias, barulhentas/peixeiras, sempre reunidas com o conluio habitual a falar das novidades da vida dos OUTROS e a lançar intrigas, pois estas “gralhas” invejosas, coscuvilheiras, mentirosas, intrometidas e egoístas só estão interessadas em levar água ao seu moinho e os outros que se danem. E os maridos delas são os galos, pavoneiam-se, gabam-se (“Eh sou muito macho/Homem!”) mas na verdade chegam a casa e levam nas orelhas das mulheres e ainda fazem as tarefas domésticas, sem refilar e bem feitas, enquanto as esposas ficam a ver a telenovela. Mas claro que depois quando vão para a tasca beber um copito com os amigos para se gabarem dizem precisamente o contrário. “Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao do vizinho.”
Ora, o cão... O cão é, segundo o povo, o melhor amigo do homem. O cão tem várias cadelas ao longo da sua vida o que o torna infiel, pois não se contenta com uma só. Eu comparo-os aos homens solteiros. Eles são fiéis, por exemplo, ao seu clube, mas à namorada??? Fia-te na Virgem e não corras, não! São exactamente como os cães. Se disseres ao teu cão: ”Agora a cadela da vizinha é toda tua mas não podes ter mais nenhuma.” Achas mesmo que ele não vai atrás das outras que passarem por aí com o cio? Santa ingenuidade! Pois com os homens solteiros é o mesmo: rédea curta. Mas eles esquecem-se que “quem tudo quer tudo perde.”
O gato é um animal só comparável às mulheres. Ao afagar um gato, tão depressa te pode arranhar como esfregar-se em ti ou saltar-te para o colo. Pois é, quem tem namorada ou convive diariamente com mulheres (ou seja, qualquer pessoa normal) sabe que elas têm estas variações de humor, tão depressa amam como odeiam, querem e não querem, gostam e não gostam, sabem e não sabem. Nunca saberás ao certo que reacção esperar. O que pode querer dizer que são imprevisíveis ou simplesmente indecisas. Mas que eu saiba “não há rosa sem espinhos.”
Os patos andam sempre uns atrás dos outros e o que um faz os outros imitam. Como diz o povo: “Na terra do bom viver faz como vires fazer.” O que quer dizer que se um se um se atirar de um poço os outros vão todos atrás. Quem é que faz isto? Os grupinhos de adolescentes, claro. Todos vestidos de igual, a falar da mesma maneira, agir da mesma maneira, a pensar da mesma maneira, sempre uns atrás dos outros a tentar ser o mais parecidos possível. O que quer dizer que caem constantemente nos mesmos erros que outros já tinham cometido sem necessidade nenhuma. Mas a culpa é deles têm a mania que sabem tudo...
E dizes tu: ”Ah e tal mas eu nunca fiz nada disso!” E eu respondo: “Engana a quem quiseres mas não te enganes a ti próprio.”
Os burros, tão famosos graças à sua teimosia (e ao seu nome), têm aquele ar triste e velho, tão inofensivo, mas a verdade é que são muito teimosos. Se pensares nas pessoas mais velhinhas que conheces e as comparares a eles vais ver que encontras algumas semelhanças. As pessoas mais idosas também têm aquele ar triste e cansado, totalmente inofensivo, mas quando embirram com alguma coisa não há nada que os demova! E teimam, teimam, teimam, podes inclusive mostrar-lhes que estão errados mas eles nunca dão o braço a torcer. Lá diz o ditado que: “Burro velho não aprende línguas”.
O peru é parecido com os políticos. O peru anda sempre a passear-se com o seu ar imponente e recheado, mas o que é que ele faz? Não põe ovos, não dá leite, não voa, não nada... Simplesmente passeia e faz glu glu glu glu glu glu. Ou seja, fala lá na língua dele. Fala, fala, fala... Pois, os políticos também se andam sempre a pavonear por aí, com um ar imponente, majestoso e recheado e falam, falam, falam mas fazer é que não fazem nada. De facto, eles estão recheados de dinheiro (na maior parte roubado) e de banhas também. Parecem uns perus de Natal. Por isso sempre fazem alguma coisa: comem à custa do dinheiro dos outros e ainda por cima roubam os mais pobres. São uma especie de ladrões legalizados que nunca são penalizados. Afinal toda a gente sabe que “o dinheiro é bom companheiro mas mau conselheiro.”
Os coelhos são fofos, bonitos, mansos, simpáticos, uns queridos! Lembram-me os casalinhos de namorados. “Amor com amor se paga.” Pois, é que ao principio é tudo muito bonito, o pior é quando os feitios vêem ao de cima, aí sim, até arde o diabo! Ao principio é “amor?” para aqui “sim, paixão?” para ali, todos muito simpáticos, muito carinhosos, muito compreensivos mas a paciência esgota-se. :)
E o meu tempo também... acabou-se a papa doce!
A conclusão é simples: ”nem tudo é o que parece” mas geralmente o que parece, é. É preciso ter cautela e não ter pressa porque “devagar se vai ao longe” e “o ultimo a rir é o que ri melhor”. Tentei não exemplificar demais para não ser aborrecida e se calhar resumi demasiado mas “para bom entendedor meia palavra basta”. Se te ofendi de alguma maneira não leves a peito que não era de todo minha intenção. Apenas queria brincar com alguns defeitos típicos do ser humano.