segunda-feira, fevereiro 26, 2007

A natureza do MAL


No outro dia acabei de ler um livro que me deixou a pensar. Qual é a natureza do bem e do mal? Qual é a natureza do ser humano? Somos naturalmente bons e é a sociedade que nos corrompe ou somos maus por natureza e é a educação que nos restringe?
Eu acho, muito sinceramente, que somos maus por natureza. As crianças podem ser o melhor do mundo mas é do conhecimento comum o quanto cruéis elas podem ser. E nem sequer se apercebem, culpa e remorso são palavras que não fazem parte do seu dicionário. São depois os papás que vão ensinar os meninos o que é que não se faz porque é errado e tal e tal e coisa. Se não fossem os sermões e os castigos, se ninguém os ensinasse… Continuariam a comportar-se da mesma forma, ou seja, continuariam a comportar-se mal por desconhecerem a forma correcta de se comportarem. Como diz o velho ditado “Ninguém nasce ensinado”. O que quer dizer que a nossa primeira natureza é malévola.
E agora poderiam contrapor: ah e tal mas é com a violência da televisão, dos videojogos e as más atitudes dos progenitores que eles aprendem. (Gosto de usar uma linguagem extremamente cuidada, erudita e clara como dá para ver :P)
Sim, de facto, podemos aprender a ser violentos com isso MAS mesmo se uma criança nunca tiver jogado videojogos violentos, nunca tiver visto televisão, e, imaginemos, nunca tiver tido maus exemplos por parte dos educadores SE não a ensinarmos a respeitar os outros, a não bater, a não magoar, a não roubar, a não matar, a não fazer mal ela nunca vai saber que essas atitudes são erradas e por isso pode praticá-las. Logo a nossa natureza não é boa, é ! Bem no nosso âmago não passamos de diabretes reprimidos.
Ponto nº2: Apesar de aprendermos a ser bons, é bastante estranho, mas os Homens gostam de ser mais malvados do que aquilo que são na realidade. Se formos bonzinhos, pacientes, compreensivos somos uns coninhas, uns frouxos, todos se aproveitam de nós e gozam connosco. Por outro lado, se formos “maus”, ou de vez em quando mostrarmos que PODEMOS SER maus ajuda a que nos respeitem, a que não questionem a nossa autoridade, mesmo que tenha de ser imposta através da imposição do medo. Além disso ser mau está na moda e é fixe! Dá jeito para impressionar os amigos e tal… e não só. J Curiosamente a maior parte das pessoas que tenta dar uma imagem de mauzão/mázona, não me parecem minimamente intimidantes como era sua intenção mas antes muito patéticos! Mas isso é só a minha humilde opinião.
Outra conclusão a que cheguei foi que a maldade dos homens reside no facto de o seu poder gerar estupidez e cegueira. É verdade, quando um homem alcança demasiado poder parece que entra em curto circuito, os valores voam pela janela, assim como o bom senso e o seu ego sobe em flecha inversamente proporcional à sua lucidez que vai por ali a baixo… E de repente tudo o que aprendeu deixa de importar… Tudo não passa de uma questão de números.
O que é que podemos concluir até agora? Podemos daqui retirar que nascemos maus, ensinam-nos a ser bons apenas para aprendermos a ser maus de forma mais eficiente e socialmente aceite, de uma maneira que nos permita alcançar os nossos objectivos.
É muito curioso mas quanto mais civilizados nos tornamos, mais horrendos se tornam também os nossos “divertimentos”. Isto nem preciso argumentar… Começamos com paus e pedrinhas, passamos pelas espadas, pistolas, metralhadoras, e hoje em dia já vamos nas bombas atómicas e armas químicas. É tudo uma questão de números! Sempre os números… Nunca gostei de números... Nunca eide gostar. Já estou a divagar, voltando ao assunto as pessoas que afirmam que são más, habitualmente não são piores que nós. É das pessoas que garantem ser boas ou melhores do que as restantes que devemos acautelar-nos.
Há quem pense que o mal não é cometer más acções, mas sim sentirmo-nos mal depois de as cometermos. Pode ser que sim e pode ser que não. O mal é muito subjectivo. Mas sentirmo-nos mal depois de cometer uma má acção não é maldade, são remorsos.
Há quem pense, como eu, que o mal é um estádio primevo do desenvolvimento moral, que todas as crianças são más por natureza. Mas, na realidade, se tivesse que o definir diria que o mal é uma acção, não um apetite. Quantas vezes não desejamos matar alguém? Toda a gente tem esse apetite. Se cedermos a ele, isso sim, esse acto, é que é maléfico. O apetite, o desejo, é normal. Só depende de nós mesmos. Mesmo na pior das ocasiões, há sempre escolha.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Pensamento do dia


É bastante estranho que os Homens gostem de ser considerados mais malvados do que são...

domingo, fevereiro 11, 2007

sOmE cOLoUr

Este blog anda m u i t o c i n z e n t o, muito deprimente ... E assim não dá!!

Vou animar um pouco as coisas :P


BE HAPPY!!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Prisioneiro

Um dia, acordou de manhã e, horrorizado, comprovou que tinha os pulsos algemados. Tentou tirar as algemas mas não foi capaz. Correu espavorido para a rua, ansioso por encontrar um meio para se poder livrar das algemas. Começou a caminhar, prisioneiro de uma grande angústia. Enquanto caminhava por uma ruela adentro, viu um ferreiro a trabalhar na sua ferraria. Entrou na oficina e suplicou-lhe que o libertasse das suas algemas. O ferreiro, com um golpe contundente e preciso, cortou as algemas e o homem ficou totalmente livre. O homem libertado ficou extremamente agradecido e decidiu ficar a viver com o ferreiro. Dia após dia começou a admirá-lo mais e mais, e a atribuir-lhe ilusoriamente toda a classe de qualidades louváveis alheias ao ferreiro, um homem tosco e mal-intencionado. O ferreiro começou a servir-se do homem como se fosse seu escravo e a ordenar-lhe os trabalhos mais miseráveis e penosos. Também começou a maltratá-lo mas o homem prestava-lhe total obediência, cega e incondicional e, embora tivesse sido libertado das algemas, continuava mais algemado do que antes.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Produtos da Sociedade


Nós somos um produto da sociedade em que vivemos. A nossa mente é formada pelas experiências pelas quais passamos, pelas opiniões que assimilamos, pelos padrões de comportamento que aceitamos. Em suma, é feita de retalhos do passado. A mente é o passado.
Devido a isso o ser humano tem tanta dificuldade em lidar com o novo. O novo causa o medo, insegurança e tem sido combatido com toda a violência através da história. Sempre que alguém surge com um novo conceito, uma nova visão do mundo e da realidade, é sumariamente eliminado do contexto. O novo desestabiliza todos os padrões tidos como verdadeiros, gerando um sentimento de insegurança. A nossa mente precisa de segurança para funcionar. Mesmo que seja uma pseudo-segurança, ela serve como ponto de apoio às estruturas racionais e lógicas que regem a sociedade.
Toda a nossa educação tradicional é voltada para limitar e evitar o surgimento da sensação do inusitado e de insegurança. Mas isso significa que a educação inicia um processo de limitação da verdadeira inteligência. A mente é totalmente compartimentada e limitada por muros que foram edificados através dos anos e que aceitamos como sendo verdadeiros. Os nossos pensamentos não são nossos, foram implantados no nosso cérebro por terceiros, e todos os nossos problemas existenciais começam quando começamos a acreditar que eles nos pertencem, quando nos identificamos com os condicionamentos e dizemos: o meu condicionamento sou eu.
Nada disso é nosso. Fomos obrigados a engoli-los para que fossemos aceites no meio social, e esse processo inicia-se quando ainda somos muito pequenos. Todos esperam que nos comportemos de determinada maneira, que pensemos de determinada maneira, que sejamos, portanto, da maneira como querem que sejamos. Para não sermos afastados do convívio social e familiar, aceitamos tais imposições, alienamo-nos da realidade, e consequentemente sofremos por não sermos nós mesmos.
O maior obstáculo à liberdade criado pela mente é a memória. A mente é como um acumulador de informações, ela cumula todo o tempo. Memória é somente o passado registrado e acumulado, e assim sendo, a única coisa que a nossa mente pode fazer por nós é projectar um padrão predeterminado. Esse padrão é a muralha que circunda a nossa consciência, o nosso verdadeiro eu.
Onde é que há liberdade nisso? O caminho da humanidade tornou-se fechado, estreito, uma verdadeira prisão. Vivemos a repetir os mesmos padrões, incessantemente, mas acreditamos que sistemas idealizados pela mente nos podem trazer essa libertação. A filosofia tentou fazer isso, mas fracassou totalmente. Qualquer sistema de pensamento resulta num círculo vicioso, porque a mente não pode conhecer o desconhecido. Ela só pode compreender aquilo que já conheceu.