quinta-feira, novembro 16, 2006

E tu o que fazes?

Eu tenho visto tanta coisa e no entanto ainda são mais aquelas que ainda não vi (conclusão brilhante!). Nem milhares de filmes podem mostrar a face última das coisas, do mundo, da vida… São tudo perspectivas, é tudo parcial
A nossa vida é feita de pequenos nadas aos quais não damos valor e às vezes nem os sabemos saborear: um pensamento, uma palavra, uma risada, um sorriso, uma noite a ver a lua, o nascer e o pôr-do-sol, um bom dia, uma boa tarde, um obrigado…

Por vezes falo em dias bons e dias maus (e de certeza que não sou a única) mas tal coisa não existe. O que existem são perspectivas de ver o mundo a vida, modos de os encarar. Às vezes estamos mais dispostos outras nem por isso mas tudo depende de nós.
«No momento em que o escravo decide que não vai continuar a ser escravo, os seus grilhões quebram-se. Ele liberta-se e mostra o caminho aos outros. Liberdade e escravatura são estados de espírito.»
Parece simples mas na realidade não é… Nada mesmo.

Será que vale a pena deitar tudo a perder em troca de uma remota hipótese de vir a ganhar? E mesmo se ganharmos ainda nos podemos desiludir…
«O homem é a vítima mais fácil do seu próprio engano, pois acredita que é verdade aquilo que quer que seja verdade.»
Se não tentarmos ficamos presos, cada vez mais amargurados, cada vez mais desiludidos com o mundo e connosco próprios, sentimo-nos cobardes, perdemos o respeito por nós, vivemos uma existência fantasma. Valerá a pena ficar preso às cinzas de um sonho? Presos, encurralados numa existência que já não queremos… Normalmente não é falta de coragem é medo de desiludir quem se importa connosco e pior que isso desiludir e deixar na mão quem depende de nós.
No final tens sempre duas escolhas: persistir ou desitir.

Dizem que o melhor antídoto para a solidão é a comunicação. Então o melhor é deitar tudo o que se instala no teu peito cá para fora mesmo que sejas muito egoísta. Aprender a dividir as conquistas e as derrotas. Aprender a dividir emoções e os seus efeitos... Haverá algo mais complicado do que as relações entres seres humanos?? Nada disso nos pertence… É tudo temporário, o tempo voa, e já que temos forças para somar e dividir porque não as aproveitamos enquanto estamos aqui?


Sei que o mundo é um novelo uma só corrente
Posso vê-lo por seus belos elos transparentes
Mudam cores e valores mas tá tudo junto
Tás a ver a linha do horizonte?
A levitar, a evitar que o céu se desmonte
Foi seguindo essa linha que notei que o mar
Na verdade é uma ponte
Atravessei e fui a outros litorais
E no começo eu reparei nas diferenças
Mas com o tempo eu percebi
E cada vez percebo mais
Como as vidas são iguais
Muito mais do que se pensa
Mudam as caras
Mas todas podem ter as mesmas expressões
Mudam as línguas mas todas têm
Suas palavras carinhosas e os seus calões
As orações e os deuses também variam
Mas o alívio que eles trazem vem do mesmo lugar
Mudam os olhos e tudo que eles olham
Mas quando molham todos olham com o mesmo olhar
Seja onde for uma lágrima de dor
Tem apenas um sabor e uma única aparência
A palavra saudade só existe em português
Mas nunca faltam nomes se o assunto é ausência
A solidão apavora mas a nova amizade encoraja

Gabriel o pensador

1 Comments:

Blogger Greenish Fae said...

Se vossa senhoria se queixava que eu era muito confusa a expressar-me então este post deve ser chinês para si!
De facto esmerei-me... :D

17/11/06 11:47 da manhã  

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